Dicionário Filhotês

"Bitarra", "mordono", "boinga", "izoológico", "salve-se-me", "descansamento" e quantas palavras mais desse dicionário familiar devo ter perdido ao longo desses anos!

As palavras são quase auto-explicativas, mas vou dar uma ajudazinha!

Bitarra: instrumento barulhento e estridente que ele vai tocar, que "é super demais" e que vai acabar com meus pobres ouvidos daqui a algum tempo!

Mordono: "aquele homem que fica com uma roupa engraçada e com uma gravatinha assim no pescoço, andaaando pra lá e pra cá e que fica servindo a gente".

Boinga: aquele avião grande que a gente viajou pra casa da titia (isso dito após ver o símbolo da empresa aérea que havíamos utilizado para uma viagem e após a explicação do pai de que aquele avião grande chamava-se, na realidade, boing...);

Izoológico: lugar onde a gente vê os animais, claro!

Salve-se-me: pedido de socorro quando as cócegas do papai ou da mamãe são desesperadoras. Dirigido a qualquer um que queira entrar na brincadeira!

Descansamento: o que aconteceu depois de brincar no parque da escola e depois de muitas atividades e trabalho duuuro com as prôs...

domingo, 13 de março de 2011

Parei!

Parei com tudo!
Juro que agora não me preocupo mais com a fome no mundo, nem com crianças carentes e que também vou fazer ouvidos moucos para corrupção e amoralidade.
A partir de hoje sou apenas um umbigo.
Quero lembrar do que farei para o jantar, se as crianças dormiram bem, se foram para a escola e se a lição de casa já foi feita...
Não quero saber se há um cartel nos postos de combustível, se o trânsito está caótico ou se a prefeitura está se lichando se há mais escolas e prédios aglomerados do que a capacidade de escoamento para os veículos.
Não me falem também se há violência nas ruas ou se a propina da família Roriz vai ser outra pizza.
Quero mais é ser alienada e tocar meus dias sem olhar para os lados. Quero que meu universo seja meu trabalho e minha casa... E já está grande demais!
Quero por um óculos colorido na cara e ver o mundo pink!
Prometo que vou retirar de mim a angústia de pensar e a ânsia por realizar.
Esperarei a velhice sentada e de braços cruzados para quando ela chegar me encontrar menos enrugada!
Chega de preocupações e insanidades.
Dói muito menos!

sábado, 22 de janeiro de 2011

Foie gras X INJustiça de Goiás

Para quem não sabe foie gras, pronuncia-se fuá-grá, é nada mais nada menos do que o fígado inchado de ganso superalimentado. Para os franceses uma verdadeira iguaria, para os veganos, uma completa crueldade!
Relatividade, eis a teoria que rege diferenças nos pontos de vista. Assim sendo, vou tentar relativizar a decisão do juiz Ari Queiroz de anular quatro concursos realizados em Goiás, inclusive um em que fui aprovada!
Para o jurista foi feita justiça contra o Estado, seis meses após a realização do concurso e posse de muitos aprovados,pois não havia previsão do número de vagas.
Pois bem, sem previsão de vagas, só na saúde mais de três mil pessoas já haviam começado a trabalhar!!! Muitas dessas pessoas deixaram outros empregos ou fizeram compromissos financeiros acreditando na segurança do concurso público! E o pior, não recorreram a expedientesdo tais como nepotismo, assessoria fantasma de deputado ou senador, para ter acesso ao cargo,nada disso! Foram aprovadas em concurso público!
Ocorre que o Estado não é um ser, nem um ente que sofre com atitudes extemporâneas e pouco refletidas de juristas, parlamentares ou governantes de qualquer ordem! Naaaaaaaão!
O Estado é um conjunto de órgãos desarticulados e incompetentes que não se comunicam, nem se reconhecem e que a cada quatro anos sofre mudança para mais do mesmo.
O Estado não sabe quanto tem e nem quanto gasta, não consegue prever o que será necessário e nem como será o futuro!
O Estado faz a mesma coisa mais de trinta vezes porque sempre encontra erro no que foi feito por alguém que foi regiamente pago para fazer correto o que o próprio Estado não conseguiu fazer sozinho.
Enfim, foi este Estado que foi punido e que não está nem aí para quem, de fato, está pagando o preço...
Mas quem, ou que, interesses o juiz pretendia penalizar e quem ou o quê ele pretendia proteger?
Ainda não consegui encontrar a resposta, mas posso afirmar que minha garganta está pior que a do ganso do foie gras.
Dá uma vontade louca de vomitar a indignação e a raiva que sentimos, mas precisamos deixar que desça goela abaixo e fingir que a decisão foi meramente jurídica e não teve nenhum envolvimento político ou, por fim, que não defende nenhum interesse partidário.
O Brasil diz, mais uma vez: parabéns aos Tiriricas desdentatos e espertos e... Uma grande banana para os intelectuais, estudiosos, trabalhadores e competentes que tentam galgar espaços no poder público de forma correta e idônea!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Eu, mãe!

Há meses penso em dizer algo sobre ser mãe mas, durante este tempo de pensamentos, expectativas e questionamenstos, senti-me extremamente incompetente para emitir pareceres ou conclusões...
Somente ontem à noite, após uma crise convulsiva de choro e uma sensação de solidão e abandono indescritíveis para qualquer ser, não pai, nem mãe deste mundo, é que me atrevi a dizer qualquer coisa!
Não porque tivesse respostas ou certezas sobre o fato, simplesmente porque não havia mais espaço para adiar o que transbordava...
Sensação de solidão e vazio, ditadas pela distância de uma semana e poucos quilômetros a mais...
Sensação de dor e medo que parecem estabelecer contato entre nós e o humano mais frágil dentro de nosso ser. Sentimento de que parte importante do corpo parece ter sido arrancada só porque não há contato visual com aqueles que você dedica seu amor maior e mais profundo... Fazer-se de forte e seguro ao dizer adeus, quando na verdade queremos apenas agarrar e reter junto de nosso corpo e de nossa alma aquele corpinho pequeno e, para nós, frágil... Guardar o cheirinho,a textura da pele e dos cabelos, os sorrisos peraltas e convincentes, como se fosse a única, e última, vez que foram vistos, tão somente porque não estarão ao alcance da mão e dos olhos nos próximos dias!
Chegar em casa e percebê-la vazia... De sentido e de vida! Tudo porque eles apenas estão enrijecendo as pernas e dando os primeiros passos!
Saber que isso é inevitável e que hoje vão e voltam, mas que amanhã poderão apenas partir sem data de chegada e sem contatos diários...
Saber que estão apenas ensaiando os primeiros voos rumo à imensidão do mundo nos coloca diante do que preparamos para eles e nos põe em xeque diante de nós... Fizemos certo? Fizemos tudo? Acertamos? Eles estão prontos? Irão cair? Darão conta de se erguer quando for preciso?
Que medo!
Nada é comparável a essa sensação, nem nossos próprios erros...
Mas ainda assim, a necessidade de ser fortes! Esse o nosso destino. Precisamos continuar vivendo com e apesar deles!
Necessitamos olhar no espelho de nossa alma e nos enxergar inteiras com as escolhas que fizemos. Sem mentiras ou excusas...
Eles não precisam do nosso arremedo de mãe. Eles precisam da mulher inteira e plena que fomos criadas para ser! Da mulher que ama, protesta, se dedica, que labuta, que por vezes chora, que se emociona e que tem, também, angústias! Que tem princípios, que fica indignada e até se atrapalha!
Não querem a super-mãe de vidro e confetes, que se quebra no vazio de propósitos e objetivos... Querem mãe integralmente, mas não em tempo integral! Por que às vezes se cansam de nosso amor sufocante e pegajoso...
Querem a mãe que abraça, acalenta, sustenta, sorri, afaga, alimenta, educa e que orienta, mas que conhece seu caminho, que busca seu destino, e que, de repente, no meio da lágrima que embaça os olhos, encontra o sorriso de quem voltou, e sempre voltará, para o abraço eterno do amor que ninguém explica, só sente!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A Fome de Marina

Por José Ribamar Bessa Freire*

Há pouco, Caetano Veloso descartou do seu horizonte eleitoral o presidente Lula da Silva, justificando: "Lula é analfabeto".
Por isso, o cantor baiano aderiu à candidatura da senadora Marina da Silva, que tem diploma universitário.

Agora, vem a roqueira Rita Lee dizendo que nem assim vota em Marina para presidente, "porque ela tem cara de quem está com fome".Os Silva não têm saída: se correr o Caetano pega, se ficar a Rita come.Tais declarações são espantosas, porque foram feitas não por pistoleiros truculentos, mas por dois artistas refinados, sensíveis e contestadores, cujas músicas nos embalam e nos ajudam a compreender a aventura da existência humana.
Num país dominado durante cinco séculos por bacharéis cevados, roliços e enxundiosos, eles naturalizaram o canudo de papel e a banha como requisitos indispensáveis ao exercício de governar, para o qual os Silva, por serem iletrados e subnutridos, estariam despreparados. Caetano Veloso e Rita Lee foram levianos, deselegantes e preconceituosos. Ofenderam o povo brasileiro, que abriga, afinal, uma multidão de silvas famélicos e desescolarizados. De um lado, reforçam a idéia burra e cartorial de que o saber só existe se for sacramentado pela escola e que tal saber é condição "sine quae non" para o exercício do poder. De outro, pecam querendo nos fazer acreditar que quem está com fome carece de qualidades para o exercício da representação política. A rainha do rock, debochada, irreverente e crítica, a quem todos admiramos, dessa vez pisou na bola. Feio. "Venenosa! Êh êh êh êh êh!/ Erva venenosa, êh êh êh êh êh!/ É pior do que cobra cascavel/ O seu veneno é cruel.../Deus do céu!/ Como ela é maldosa!".
Nenhum dos dois - Caetano e Rita - têm tutano para entender esse Brasil profundo que os silvas representam. A senadora Marina da Silva tem mesmo cara de quem está com fome? Ou se trata de um preconceito da roqueira, que só vê desnutrição ali onde nós vemos uma beleza frágil e sofrida de Frida Kahlo, com seu cabelo amarrado em um coque,seus vestidos longos e seu inevitável xale? Talvez Rita Lee tenha razão em ver fome na cara de Marina, mas se trata de uma fome plural, cuja geografia precisa ser delineada. Se for fome, é fome de quê?


O mapa da fome

A primeira fome de Marina é, efetivamente, fome de comida, fome que roeu sua infância de menina seringueira, quando comeu a macaxeira que o capiroto ralou. Traz em seu rosto as marcas da pobreza, de uma fome crônica que nasceu com ela na colocação de Breu Velho, dentro do Seringal Bagaço, no Acre. Órfã da mãe ainda menina, acordava de madrugada, andava quilômetros para cortar seringa, fazia roça, remava, carregava água, pescava e até caçava. Três de seus irmãos não aguentaram e acabaram aumentando o alto índice de mortalidade infantil.
Com seus 53 quilos atuais, a segunda fome de Marina é dos alimentos que, mesmo agora, com salário de senadora, não pode usufruir: carne vermelha, frutos do mar, lactose, condimentos e uma longa lista de uma rigorosa dieta prescrita pelos médicos, em razão de doenças contraídas quando cortava seringa no meio da floresta. Aos seis anos, ela teve o sangue contaminado por mercúrio. Contraiu cinco malárias, três hepatites e uma leishmaniose. A fome de conhecimentos é a terceira fome de Marina. Não havia escolas no seringal. Ela adquiriu os saberes da floresta através da experiência e do mundo mágico da oralidade. Quando contraiu hepatite, aos 16 anos, foi para a cidade em busca de tratamento médico e aí mitigou o apetite por novos saberes nas aulas do Mobral e no curso de Educação Integrada, onde aprendeu a ler e escrever. Fez os supletivos de 1º e 2º graus e depois o vestibular para o Curso de História na Universidade Federal do Acre, trabalhando como empregada doméstica, lavando roupa, cozinhando, faxinando. Fome e sede de justiça: essa é sua quarta fome. Para saciá-la, militou nas Comunidades Eclesiais de Base, na associação de moradores de seu bairro, no movimento estudantil e sindical. Junto com Chico Mendes, fundou a CUT no Acre e depois ajudou a construir o PT.
Exerceu dois mandatos de vereadora em Rio Branco, quando devolveu o dinheiro das mordomias (legais,sim, mas escandalosas), forçando os demais vereadores a fazerem o mesmo. Elegeu-se deputada estadual e depois senadora, também por dois mandatos, defendendo os índios, os trabalhadores rurais e os povos da floresta.
Quem viveu da floresta, não quer que a floresta morra. A cidadania ambiental faz parte da sua quinta fome. Ministra do Meio Ambiente, ela criou o Serviço Florestal Brasileiro e o Fundo de Desenvolvimento para gerir as florestas e estimular o manejo florestal. Combateu, através do Ibama, as atividades predatórias. Reduziu, em três anos, o desmatamento da Amazônia em 57%, com a apreensão de um milhão de metros cúbicos de madeira, prisão de mais 700 criminosos ambientais, desmonte de mais de 1,5 mil empresas ilegais e inibição de 37 mil propriedades de grilagem.
" Tudo vira bosta". Esse é o retrato das fomes de Marina da Silva que - na voz de Rita Lee - a descredencia para o exercício da presidência da República porque, no frigir dos ovos, "o ovo frito, o caviar e o cozido/ a buchada e o cabrito/ o cinzento e o colorido/ a ditadura e o oprimido/ o prometido e não cumprido/ e o programa do partido: tudo vira bosta". Lendo a declaração da roqueira, é o caso de devolver-lhe a letra de outra música - 'Se Manca' - dizendo a ela: "Nem sou Lacan/ pra te botar no divã/ e ouvir sua merda/ Se manca, neném!/ Gente mala a gente trata com desdém/ Se manca, neném/ Não vem se achando bacana/ você é babaca". Rita Lee é babaca? Claro que não, mas certamente cometeu uma babaquice. Numa de suas músicas - 'Você vem' ela faz autocrítica antecipada, confessando:"Não entendo de política/ Juro que o Brasil não é mais chanchada/ Você vem... e faz piada".
Como ela é mutante, esperamos que faça um gesto grandioso, um pedido de desculpas dirigido ao povo brasileiro, cantando:
"Desculpe o auê/ Eu não queria magoar você".
A mesma bala do preconceito disparada contra Marina atingiu também a ministra Dilma Rousseff, em quem Rita Lee também não vota porque, "ela tem cara de professora de matemática e mete medo". Ah, Rita Lee conseguiu o milagre de tornar a ministra Dilma menos antipática!
Não usaria essa imagem, se tivesse aprendido a elevar uma fração a uma potência, em Manaus, com a professora Mercedes Ponce de Leão, tão fofinha, ou com a nega Nathércia Menezes, tão altaneira.

Deixa ver se eu entendi direito: Marina não serve porque tem cara de fome. Dilma, porque mete mais medo que um exército de logaritmos, catetos, hipotenusas, senos e cossenos. Serra, todos nós sabemos, tem cara de vampiro. Sobra quem?
Se for para votar em quem tem cara de quem comeu (e gostou), vamos ressuscitar, então, Paulo Salim Maluf ou Collor de Mello, que exalam saúde por todos os dentes. Ou o Sarney, suntuoso, com sua cara de ratazana bigoduda. Por que não chamar o José Roberto Arruda, dono de um apetite voraz e de cuecões multi-bolsos?
Como diriam os franceses, "il péte de santé".
O banqueiro Daniel Dantas, bem escanhoado e já desalgemado, tem cara de quem se alimenta bem. Essa é a elite bem nutrida do Brasil...
Rita Lee não se enganou: Marina tem a cara de fome do Brasil, mas isso não é motivo para deixar de votar nela, porque essa é também a cara da resistência, da luta da inteligência contra a brutalidade, do milagre da sobrevivência, o que lhe dá autoridade e a credencia para o exercício de liderança em nosso país.
Marina Silva, a cara da fome? Esse é um argumento convincente para votar nela. Se eu tinha alguma dúvida, Rita Lee me convenceu definitivamente.

(*) Professor, coordena o Programa de
Estudos dos Povos Indígenas (UERJ)e pesquisa no Programa de
Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Um Show de Realidade


Meu sogro é e será sempre uma inspiração! Muito pela defesa intransigente dos seus pontos de vista, mais pela sua integridade e lisura! Estávamos conversando após o almoço acerca das atitudes de alguns políticos (sempre eles!)e ele me disse uma frase que ficou martelando minha cabeça... A questão era: como Sarneys, ACMs, Siqueiras e quetais podem sentir-se ricos impingindo tanta miséria e desigualdade social nos locais onde são gorvernantes? Como podem fazer de Municípios e Estados uma extensão de seus quintais sem o menor pudor? Como suas consciências lhes permitem andar por ruas onde impera a mendicância e onde a prostituição se alastra? Onde a infância é deliberadamente explorada?
Claro, não conseguimos responder a tais questões! Pelo menos não com o pensamento simplista e desinteressado de quem não é sustentado pelo sistema político.
A cabeça do político, imagino eu, funciona da seguinte maneira: o que eu faço me beneficia? Faz bem aos meus comparsas? Torna dependentes aqueles que podem me reeleger? Dá a minha imagem pública uma perspectiva positiva e de nobreza? Quando pego em alguma atitude ostensivamente errada, será facilmente esquecida e superada?
Pois bem, respondidas a contento cada uma dessas perguntas, nenhum problema em fazer ouvidos de mercador para as solicitações de necessidade real.
Afinal de contas a realidade é extremamente relativa. Um mendigo debaixo da ponte pode significar muitíssias coisas diferentes, a depender de quem olha e do que quer ver...
Talvez meu olhar esteja viciado na indignação e eu veja descaso, incompetência, barbárie onde outro verá oportunidade de sucesso!
O Bolsa Família para mim pode ser a esmola institucionalizada, um incentivo a estagnação e à falta de perspectiva. Para outros, pode ser a manutenção de um eleitorado dependende e acéfalo. Para outros ainda, pode ser apenas a notícia na primeira capa do jornal, "neutra" e despida de pretensões outras que não a mera informação... (Como muitos querem nos fazer crer!)
No fim de tudo, a realidade é sempre um show. Um ponto de muitas vistas, vistas de muitos pontos. Cada vista entremeada pelo viés dos interesses imediatos e futuros.
Talvez o olhar do outro não esteja menos viciado no poder, que o meu na descrença de que um dia poderá ser diferente... Diferente daquela história do tapinha "afetuoso" e "amigo", do assessor com a cadernetinha de pedidos anotados, do discurso "emocionado", dos cargos rifados e das Marias com os meninos, cada vez mais meninos, na fila do Bolsa Família, do vale-gás e dos vale-nada a que o governo sentencia o esmoler!
Mas, enfim sogrinho, como eles podem sentir-se ricos e felizes com a miséria despudorada? É porque são almas miseráveis e nenhuma outra miséria pode ser maior do que a que arrastam consigo, nas suas entranhas! Daí o que vemos ser apenas o reflexo do que eles não podem deixar de ser. "A árvore má" não poderia mesmo dar bons frutos! Esse é o ponto da minha vista. !

sexta-feira, 31 de julho de 2009

"A mesma praça, o mesmo banco..."

Vejam que lindeza! Passando pela T8 com a T2 no Bueno, recentemente me deparei com um monte de terra cobrindo a praça! Pensei logo: vão dividir outra praça por causa do trânsito. Mais sinaleiros, mais paradas, mais tempo gasto pra nos deslocarmos...
Que nada!Era só mais um jardinzinho no quintal do povo com o dinheiro que deve estar sobrando nos cofrinhos públicos!
Aliás, deve estar sobrando mesmo! Principalmente porque é uma prioridade grande construir praças amontoadas de terra quando a prefeitura diariamente é acionada pelo Ministério Público porque não repassou, vejam só, insulina para os diabéticos... E mais, quando o Ministério da Saúde vêm cobrar do Município de Goiânia que os suspeitos de tuberculose sejam diagnosticados na rede básica e não nos hospitais de referência, como vêm acontecendo! Ou ainda, quando o salário de alguns técnicos em saúde chega a ser menor que o salário mínimo e o reajuste nunca é feito por quê? A prefeitura está sem verba!
Mas praça, pode!
As praças realmente revitalizam a cidade! São importantes, embelezam e dão um ar de cuidado...
Mas não podem servir, dentre outras coisas, apenas para dar visibilidade ao trabalho de políticos que pouco fazem de significativo no que tange à saúde, educação e segurança pública! (só para citar os problemas mais comuns...)
E, cá entre nós... Gastar dinheiro com praça de setor nobre, em ótimo estado de conservação, quando na periferia as áreas públicas são transformadas em depósito de lixo,e não em áreas de lazer, para quem nunca tem acesso nem ao lazer, nem a cultura e nem a nada do que é direito de cidadão???
Isso é que é visão administrativa!!!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Reverência a uma "Raposa Velha"


Sempre que me vem à mente a imagem de uma raposa velha, imagino um bicho, muito parecido com um cão, caminhando numa estrada tortuosa, desdentado e manquitolando, cheio de rabujas e sarnento!
Não consigo imaginar melhor imagem para comparar alguns políticos que temos em Goiânia...
Alguns deles são tão asquerosos e pulguentos, que temos até medo de nos aproximar. Outros, tão espertos e ardilosos, que se aproveitam da frágil imagem de velhotes desprotegidos e indefesos para nos morder a carne o mais profunda e cruelmente possível!
Tem uns, de um tal Partido Muito Desgraçado para o Brasil, e outros, do Partido dos Trouxas e tolerantes com a hipocrisia nacional, que não conseguem nem se enxergar, de tanta sugeira que um respinga no outro!Mas ficam tão grudadinhos, que é difícil diferenciar o sujo do enlameado!
Outros Partidos, agora com halo angelical, Sabem Destruir o Brasil e os brasileiros só com o ninho de mafagafos que criaram na tentativa de disfarçar a sede de poder das Serras e dos Gerais.
Mas, infelizmente para os que acreditavam no contrário, tem também o Partido dos SOLitários e Verdadeiros!Os primeiros, bradam contra os porcos, mas não dispensam suas costelinhas servidas nas bandejas dos vôos internacionais. Já os segundos, tão Verdadeiros que são, nos comovem com a ingenuidade dos que declaram que a musculatura da corrupção é tão forte que nos abraça e envolve a ponto de nem percebermos quem é ela e quem somos nós. O que é meu e o que é do povo! E o ar de consternação quase nos faz crer que ainda há verdadeiros atores! No sentido genético de sua criação...
Mas no fim de tudo, prometi reverenciar uma raposa velha que vive rondando nossos quintais e vou fazê-lo...
Parabéns ao velhinho que ama tanto, mas tanto Goiânia! Que acorda com o sol nascendo.. P'ra que o tempo de nos atormentar com suas nefastas ações seja ainda maior!
Parabéns ao homem inteligente que põe um lobo para vigiar as galinhas, numa tentativa ingênua de proteger a Saúde de todas elas, claro!
Parabéns ao perseguido político que volta nos braços do povo, e pelo povo, sempre que é solicitado! "Porque se o povo quer, então não há o que discutir..."
Parabéns pela astúcia do homem público que divide o pão e o circo com as almas ignorantes, mas aflitas de dor e fome, e as sacia com o ópio da diversão!
E, por fim, parabéns pela pessoa que consegue se aproveitar da farta miséria, que não permite ver os lobos dentuços e sagazes, nas peles de cordeiros!